A adolescência é um período da vida que começa aos aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.
A puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e das meninas.
Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo. As alterações hormonais acabam influenciando no comportamento dos adolescentes. Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades são importantes e dão aos adolescentes a sensação de fazer parte de um grupo de interesses comuns.
A dualidade entre o amadurecimento do corpo e o amadurecimento psicológico, freqüentemente, causa certa susceptibilidade à instabilidade emocional, que pode levar ao consumo de drogas ou álcool, problemas mentais, como esquizofrenia ou distúrbios alimentares (como anorexia e bulimia), e aos problemas sociais, como a gravidez adolescente.
É um ser humano em fase de mudanças físicas e psicológicas, uma criança se descobrindo adulto e questionando valores morais, responsabilidades sociais e se perguntando ainda sobre relações humanas e os valores de suas famílias. Logo, de “aborrescente” o adolescente nada tem, já que ele vê possibilidades de mudanças onde muitos adultos desistiram de enxergar.
Por se tratar de uma fase difícil para os adolescentes, é importante que haja compreensão por parte de pais, professores e profissionais de saúde que irão tratá-los, incluindo a abordagem do dentista e equipe. O acompanhamento e o diálogo neste período são fundamentais.
O adolescente no consultório
Os adolescentes já estão cansados do estereótipo, assim não se deve tratar o paciente nem como uma criança nem usando gírias de adolescentes. É importante que o adolescente enxergue toda a equipe odontológica como adultos compreensíveis e amigos, que irão dizer o que está certo e o que está errado, sem infantilidades ou rodeios.
Trazer o adolescente para o tratamento odontológico é uma tarefa que exige criar um vínculo de credibilidade e identidade, com o objetivo de traçar um compromisso do adolescente com o tratamento proposto e a prevenção odontológica.
Como falar com o adolescente
Buscar sua colaboração, fazendo tratos e dizendo que ele é capaz e que existe confiança, mencionando que ele não irá te decepcionar (...). Juntos vocês mostrarão aos pais que ele é ótimo e cumpriu o que prometeu.
É importante utilizar temas tocantes para os adolescentes, como a estética do sorriso que pode influenciar na relação com os amigos, namoradas (os) e o mau hálito. A halitose para o adolescente é um quesito importante, assim conseguimos a colaboração na higiene de dentes e língua, usando isso como estímulo.
Utilizar sempre o reforço positivo, não criticar repetidas vezes e elogiar qualquer sinal, mesmo que leve, de melhora. Devemos abordá-lo de forma elucidativa com orientações e críticas amenas, reforçando seu comportamento positivo em outras áreas e trazendo suas qualidades e habilidades para o cuidado com seus dentes.
Não permita que a mãe fique criticando seu comportamento na cadeira odontológica. Quando o paciente apresentar lesão de cárie, não podemos criticá-lo, e sim mostrar a lesão no espelho e por meio do raio-x, dizendo a ele o prejuízo e o desconforto de sua saúde dentária, e que a evolução da lesão de cárie poderia levar a necessidade de um tratamento endodôntico. fazê-lo entender que o maior “prejudicado” é ele, e que estamos prontos para tratar e explicar que a cárie é uma doença que não tem tanta freqüência hoje em dia, e que ele já aprendeu conosco como evitá-la e vai cuidar para não se repetir. Tirar fotos do cliente antes e depois, fazendo-o enxergar que ficou melhor, auxilia no incentivo e reforço positivo.
Não criticar se a higiene não estiver boa, usando termos que possam confrontá-los. Os pais já fazem isso todos os dias. Não podemos repetir o papel dos “pais críticos e repressores” na cabeça deles, porque não conseguiremos atingir nosso objetivo.
Ajudar o adolescente a criar autoconfiança, levantar a sua autoestima com elogios verdadeiros e significantes são fatores essenciais. Outra tática para convencer o adolescente é falar diretamente a eles. Além de mostrar os benefícios futuros de um esforço extra agora, deve-se apresentar como é frustrante ficar mais velho e se dar conta de que deveria ter tido alguns cuidados extras na adolescência.
Existem aqueles que, com tudo isso, ainda se mostram “preguiçosos” para a higiene. Os meninos apresentam mais dificuldades com relação à higiene quando comparados com as meninas.
O ideal é propor para a mãe uma profilaxia e orientação de higiene mensal no adolescente, principalmente quando se faz uso de aparelho ortodôntico.
Dra Lúcia Coutinho Porto - Odonto Magazine - Junho de 2011
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