sábado, 25 de junho de 2011

Odontohebiatria: uma visão psicológica

A adolescência é um período da vida que começa aos 10 e vai até os 20 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, esta fase começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais.
Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hor­monais no corpo. As alterações hormonais acabam influencian­do no comportamento dos adolescentes.
É um ser humano em fase de mudanças físicas e psicológi­cas, uma criança se descobrindo adulto e questionando valo­res morais, responsabilidades sociais e se perguntando ainda sobre relações humanas e os valores de suas famílias. Logo, de “aborrescente” o adolescente nada tem, já que ele vê pos­sibilidades de mudanças onde muitos adultos desistiram de enxergar.
O adolescente no consultório
Os adolescentes já estão cansados do estereótipo, assim não se deve tratar o paciente nem como uma criança nem usando gírias de adolescentes. É importante que o adolescente enxer­gue toda a equipe odontológica como adultos compreensíveis e amigos, que irão dizer o que está certo e o que está errado, sem infantilidades ou rodeios.
Trazer o adolescente para o tratamento odontológico é uma ta­refa que exige criar um vínculo de credibilidade e identidade, com o objetivo de traçar um compromisso do adolescente com o tratamento proposto e a prevenção odontológica.
Como falar com o adolescente
É importante pedirmos ao nosso adolescente para fazer o bá­sico bem feito.
Usar a capacidade do adolescente de aceitar desafios e correr riscos de uma maneira positiva é uma das formas de convencer o paciente adolescente a adotar bons hábitos.
Buscar sua colaboração, fazendo tratos e dizendo que ele é ca­paz e que existe confiança, mencionando que ele não irá te de­cepcionar (…). Juntos vocês mostrarão aos pais que ele é ótimo e cumpriu o que prometeu.
É importante utilizar temas tocantes para os adolescentes, como a estética do sorriso que pode influenciar na relação com os amigos, namoradas (os) e o mau hálito. A halitose para o adolescente é um quesito importante, assim conseguimos a colaboração na higie­ne de dentes e língua, usando isso como estímulo.
Utilizar sempre o reforço positivo.
Não criticar se a higiene não estiver boa, usando termos que possam confrontá-los. Os pais já fazem isso todos os dias. Não podemos repetir o papel dos “pais críticos e repressores” na cabeça deles, porque não conseguiremos atingir nosso objetivo.
Ajudar o adolescente a criar autoconfiança, levantar a sua autoestima com elogios ver­dadeiros e significantes são fatores essenciais. Outra tática para convencer o adoles­cente é falar diretamente a eles. Além de mostrar os benefícios futuros de um esforço extra agora, deve-se apresentar como é frustrante ficar mais velho e se dar conta de que deveria ter tido alguns cuidados extras na adolescência.
O ideal é propor para a mãe uma profilaxia e orientação de higiene mensal no adolescente, principalmente quando se faz uso de aparelho ortodôntico.
Lúcia Coutinho Porto

Especialista em Odontopediatria. Odontologia para Adolescentes e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Membro da Associação Paulista de Odontopediatria – APO. Ministra conferências em Simpósios e Congressos no Brasil e no exterior. Coordenadora do Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

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